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A readequação de velocidade é uma das medidas mais eficazes para salvar vidas, reduzir custos para a saúde pública e tornar as cidades mais sustentáveis. Segundo a OPAS (2012), uma redução de apenas 5% na velocidade média pode resultar em até 30% menos sinistros fatais. Além de proteger vidas, velocidades mais baixas diminuem emissões de carbono, ruídos e poluição do ar, tornando os espaços urbanos mais seguros e saudáveis.


Principais impactos da readequação de velocidade:

#1 Menos poluição e cidades mais sustentáveis

Carros e motos são responsáveis por mais de 60% das emissões veiculares de CO₂ no Brasil. Para andar em velocidades mais altas, os veículos consomem muito mais combustível – aumentar de 50 km/h para 65 km/h exige 69% mais energia, gerando maior emissão de gases de efeito estufa e aquecimento das cidades.

#2 Economia para o sistema de saúde e para o país

Sinistros de trânsito custam bilhões ao SUS e à economia brasileira. Em 2024, o SUS gastou R$449 milhões apenas com internações de vítimas. No total, estima-se que os sinistros representem de 3% a 5% do PIB nacional – cerca de R$351 bilhões ao ano. Cada sinistro com vítima fatal custa em média meio milhão de reais aos cofres públicos.

#3 O tempo de deslocamento não aumenta

Estudos em Fortaleza mostraram que reduzir o limite de 60 km/h para 50 km/h acrescenta, em média, apenas 6 segundos por quilômetro percorrido. Em uma distância de 5,6 km, isso significaria apenas 1 minuto a mais de trajeto. Nos horários de pico, quando as velocidades médias já ficam abaixo do limite, o impacto no tempo de viagem é praticamente nulo.

#4 Mais segurança para pedestres, ciclistas e motociclistas

Em 2023, sinistros de trânsito representaram 10% das hospitalizações de crianças e adolescentes de até 14 anos. Já os motociclistas foram as maiores vítimas fatais: homens (88,1%), pretos (64,9%), com idade entre 20 e 29 anos (30,8%). A partir dos dados do Ministério da Saúde, no mesmo ano, das 34.881 mortes no trânsito, os perfis de usuário representaram:

  • Motociclistas: 13.477 pessoas
  • Ocupantes de automóveis: 7.239 pessoas
  • Pedestres: 5.662 pessoas
  • Ciclistas: 1.510 pessoas

#5 Redução drástica de mortes e sequelas

Um atropelamento a 60 km/h equivale a uma queda do 6º andar e representa 98% de chance de o pedestre morrer. A velocidade não apenas aumenta o risco de morte, mas também a gravidade das sequelas. Para cada vida perdida no trânsito, outras 10 pessoas ficam com sequelas graves ou permanentes.

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) mostrou que, nos seis primeiros meses de 2025, dois terços dos pacientes de sinistros de trânsito atendidos eram motociclistas. Entre os que receberam alta:

  • 82% passaram a relatar dor crônica
  • 67,4% ficaram com déficit motor
  • 56,7% apresentaram sequelas leves
  • 35,8% sofreram amputações
  • 33,9% ficaram com sequelas permanentes

#6 Sinistro não é acidente

A Lei nº 14.599/2023 alterou o Código de Trânsito Brasileiro para substituir o termo “acidente” por “sinistro de trânsito”. A mudança reconhece que essas ocorrências não são fatalidades inevitáveis, mas sim eventos evitáveis, que podem ser prevenidos com políticas públicas como a readequação de velocidade.

A readequação de velocidade 
já é uma realidade no Brasil.